Saiba quanto um atleta
precisa ingerir de líquidos
Milhões
de pessoas praticam atividade física regularmente para trazer benefícios
para a sua saúde, melhorando, assim, a qualidade de vida, mas acabam por
se exercitar em condições de calor e humidade desfavoráveis à capacidade
do corpo de desempenhar tais atividades, o que aumenta os riscos de
desidratação e de doenças relacionadas com o calor.
Um tema
que tem despertado grande interesse dos cientistas do desporto
atualmente é o efeito da desidratação sobre a capacidade de desempenho
fisico do homem.
Desde os
anos 30 são realizados estudos sobre os efeitos fisiológicos da
desidratação, mas somente a partir dos anos 70 os cientistas do desporto
descartaram a ideia que prevalecia desde o início do século: a ideia de
que a reposição de água não era necessária para atletas envolvidos em
atividades de longa duração.
Durante
a atividade física, os músculos produzem grande quantidade de calor, que
deve ser eliminado para o ambiente através do suor e da respiração.
Quando a perda de liquidos atinge um nível significativo, o suor e o
fluxo sanguíneo para a pele diminuem e a temperatura interna do corpo
torna-se elevada.
A
quantidade de liquido perdida durante o exercício depende do tipo de
atividade, da sua intensidade e da duração do esforço. É importante que
os líquidos sejam repostos rapidamente e que a bebida seja de rápido
esvaziamento gástrico, para não causar desconforto gastrointestinal.
A água é
um bom líquido de reposição, mas em situações onde ocorre um grande
gasto energético e transpiração excessiva, é necessário repor o nível de
sais minerais contidos no suor. Neste caso, o líquido para a reposição
deve conter electrólitos e carboidratos, como é o caso das bebidas
isotónicas, que numa concentração ideal mantêm o volume plasmático,
proporcionam uma fonte de energia de fácil utilização, promovem a
termorregulação do organismo e aumentam a capacidade respiratória.
A
alta taxa de absorção das bebidas isotônicas pelo organismo e a vantagem
de reporem os sais minerais deforma apropriada contribuem para uma
melhor hidratação.
O fato de
não serem bebidas gasosas e de terem fácil absorção faz com que não
ocorra a sensação de peso causada por outras bebidas, que acaba por
prejudicar o desempenho do atleta. Portanto, um nível adequado de
hidratação só é mantido em pessoas que praticam actividade física se
beberem líquidos com carboidratos e electrólitos suficientes antes,
durante e após o exercício.
Não se
deve esperar ficar com sede, pois esta é um sinal tardio de que o corpo
necessita de repor os líquidos perdidos.
Seguem-se algumas orientações quanto à hidratação:
-
O volume de líquidos ingeridos deve ser semelhante ao volume perdido;
- A perda
de peso ocorrida durante o treino ou a competição indica a quantidade de
líquido perdido;
- O
consumo adequado de líquidos durante o exercício ajuda a manter o
desempenho desejado, além de prevenir contra a hipertermia; Duas horas
antes do exercício o atleta deve hidratar-se com cerca de 500 ml de
líquidos; Durante o exercício realizado em ambiente quente, deve haver
um consumo de, pelo menos, 150 a 300 ml de líquidos a cada 15-20
minutos, para repor as perdas de suor, o que equivale a cerca de
600-1200 ml por hora; A sede não é um sinal confiável, considerando-se
que os atletas repõem, voluntariamente, apenas cerca de 50% da sua perda
de suor durante os exercícios;
-
Os líquidos devem ser ingeridos com horários estipulados e não em
resposta à sede; Os recipientes de bebidas devem ser acessíveis (por
exemplo, garrafas de plástico ou garrafas térmicas);
- Após o
exercício, os atletas devem beber 500 ml por cada meio quilo perdido no
peso corporal, evitando bebidas que contenham álcool ou cafeína; o
melhor paladar das bebidas favorece a relação entre a quantidade
ingerida e as perdas ocorridas; bebidas com bom sabor, adocicadas e
geladas aumentam a ingestão voluntária das mesmas. Além de promoverem
uma rápida absorção, fornecem energia e electrólitos;
- Os
carbobidratos nas bebidas isotônicas mantêm a glicemia e podem melhorar
o desempenho em exercícios prolongados;
- A
reposição de líquidos e a ingestão de carboidratos, independentemente,
aumentam a capacidade de realizar exercícios de alta intensidade;
-
Após uma hora de atividade física (desde que as reservas de glicogênio
sejam adequadas), é importante o consumo de 30 a 60 gramas de
carboidratos por hora de exercício; 600 ml de bebidas isotônicas, com 6%
de carboidratos, fornecem cerca de 35 gramas deste nutriente;
- As
bebidas isotônicas podem fornecer glicose, maltodextrinas ou sacarose
como maior fonte de carboidratos e a frutose não deve ser o tipo
predominante a ser consumido durante o exercício. Já no período após o
exercício, a frutose passa a ser fundamental na recuperação do
glicogênio hepático, sendo 3,7 vezes mais rápida do que a glicose (neste
caso, um sumo de fruta adoçado seria adequado); Carboiidratos variados
melhoram a absorção de líquidos; a sua concentração deve estar a menos
de 8% (menos de 19g de carboidratos por 250 ml); o sódio nas bebidas
isotônicas mantém o balanço de líquidos, repõe a perda de electrólitos
pelo suor e melhora a absorção dos carboidratos, além de melhorar o
sabor da bebida.
"A
água é um bom líquido de reposição mas em situações onde ocorre um
grande gasto energético e transpiração excessiva, é necessário repor o
nível de sais minerais contidos no suor. Neste caso, o líquido para a
reposição deve conter electrólitos e carboidratos, como é o caso das
bebidas isotônicas, que numa concentração ideal mantêm o volume
plasmático, proporcionam uma fonte de energia de fácil utilização,
promovem a termorregulação do organismo e aumentam a capacidade
respiratória."
"Após o
exercício, os atletas devem beber 500 ml por cada meio quilo perdido no
peso corporal, evitando bebidas que contenham álcool ou cafeína; o
melhor paladar das bebidas favorece a relação entre a quantidade
ingerida e as perdas ocorridas; bebidas com bom sabor, adocicadas e
geladas aumentam a ingestão voluntária das mesmas."
"A
quantidade de líquido perdida durante o exercício depende do tipo de
atividade, da sua intensidade e da duração do esforço. É importante que
os líquidos sejam repostos rapidamente e que a bebida seja de rápido
esvaziamento gástrico, para não causar desconforto gastrointestinal."
Apresentamos abaixo um quadro que representa as necessidades diárias de
vitaminas e minerais, comparando com as necessidades de um atleta:
VITAMINAS |
DDR |
ATLETAS |
Vit. A
Vit. B1 (Tiamina)
Vit. B2 (Riboflavina)
Vit. B3 (Niacina)
Vit. B6 (Piridoxina)
Vit. B12 (Cianocobalamina)
Vit. C
Vit. D
Vit. E
Vit. K |
3500-5000 UI
1,2 mg
1,5 mg
1,8 mg
2,0 mg
3,0 mg
60 mg
100-200 UI
200-800 UI
65 mcg |
25000 UI
30-200 mg
50-300 mg
20-100 mg
20-100 mg
12-200 mg
3000 mg
1000 UI
1000 UI
180 mcg |
MINERAIS
|
Fósforo
Cálcio
Zinco
Iodo
Cobre
Ferro
Magnésio
Manganésio |
800 mg
800 mg
15 mg
0,15 mg
3 mg
14 mg
300 mg
5 mg |
UI -
Unidades Internacionais mg - Miligrama mcg - Micrograma
Os
desportistas têm necessidades acrescidas de nutrientes antioxidantes,
reguladores e energéticos. As vitaminas participam em todas as reacções
químicas do corpo, regulam o metabolismo, convertem hidratos de carbono
e gordura em energia, ajudam a formar ossos e tecidos, prevenir doenças,
e são uma protecção antioxidante.
Bike
Sport nº10 - Texto: Dra. Ana Oliveira - Fotografia: Arquivo Bike Sport
Texto adaptado ao português brasileiro por Marcos Adami. Reproduzido com
autorização do site
www.portalbtt.com.
fonte
Bike Magazine |