Delimitar áreas é tão fundamental quanto punir infratores - seja quem dirige ou pedala, diz presidente da Federação de Triathlon do Estado do Rio de Janeiro Homenagem ao ciclista Pedro Nicolay, que morreu após ser atropelado por um ônibus - Bruno Poppe/Agência O Globo Atletas têm necessidades diferentes dos ciclistas que usam a bicicleta para trabalhar ou passear. Andam em grandes grupos, em velocidades próximas dos 50 km/h e em horários concentrados no início da manhã. Por isso não são o tipo de ciclista que usa as ciclovias – o que seria perigoso para eles próprios e os amadores. "Alguns técnicos têm organizado uma infraestrutura própria, com carro de apoio e batedores de moto, mas o município precisa se envolver", diz Alfaya, que considera os últimos acidentes uma prova de que os riscos vêm crescendo para os ciclistas. Particularmente por estar prestes a receber competições internacionais em 2016, a cidade precisa se adaptar. Para Alfaya, é necessária fiscalização de agentes de trânsito no período de circulação de atletas, em geral das 4h às 6h. A promessa do prefeito Eduardo Paes é de separação das faixas exclusivas por cones, o que aumenta o nível de segurança de quem pratica esportes como ciclismo e triatlo. O trecho do Aterro do Flamengo ao Hotel Glória, na Zona Sul, ganhará área delimitada com cones, próxima ao canteiro central. A exclusividade vai das 3h30 às 5h30. "Reivindicamos as mesmas ações para outros locais, como Campo Grande e Barra da Tijuca, na Zona Oeste, e no entorno do Macaranã, quando terminarem as reformas do estádio", acrescenta o triatleta. O importante, ressalta, é que os trechos para treinamento não fiquem restritos à Zona Sul, para que ciclistas de outros bairros não precisem se deslocar longas distâncias – o que acarretaria outro problema. Hoje, o Rio tem 700 atletas federados - o dobro do ano passado. Se somados os praticantes sem vínculo com a instituição, o número passa de 3.000 na cidade, estima Alfaya. Atropelamentos - O Rio de Janeiro teve três acidentes marcantes em abril, dois deles com morte: na madrugada de terça-feira, o triatleta Pedro Nikolay morreu após ser atingido por um ônibus em Ipanema; na manhã seguinte, Alberto da Silveira Júnior ficou ferido após ser atingido por um carro próximo à Praça da Bandeira, na Zona Norte; e no início do mês, a produtora e diretora de TV Gisela Matta morreu após ser atropelada por um ônibus no Leblon. Gisela estava no trânsito, na mão do sentido dos carros, e passagem ao lado de um coletivo. O motorista não enxergou a ciclista, que possivelmente estava em um ponto cego do espelho retrovisor. Nikolay treinava em uma área com faixa preferencial no horário dos treinos.
Fonte: Veja |