Bikemagazine: Como você se tornou treinador de ciclismo?
Carlinhos Monteiro: No início foi por necessidade, pois
não tínhamos técnicos na região. Comecei com uma pequena equipe
na cidade de Pindamonhangaba, em 1993, e tive um convite em 1997
para montar uma equipe maior na cidade de S. J. Campos, onde estou
até hoje.
Bikemagazine: Você foi atleta no passado?
Carlinhos Monteiro: Sim, mas não fui um atleta com grandes
resultados, pois na minha época tinha que trabalhar e estudar e
não sobrava muito tempo para me dedicar aos treinos. Participei
como atleta desde 1981 até 1992, sempre por equipes da região do
Vale do Paraíba (Detur Pinda, CTA SJCampos, ADC GM S. J. Campos
e Pedal Bike Shop).
Bikemagazine: Qual modalidade do ciclismo você mais gosta?
Carlinhos Monteiro: Adoro as provas de pista, mas é na
estrada que realmente tenho minha paixão. As provas de contra-relógio
- individual e equipe - sempre mexeram comigo.
Bikemagazine: Na sua opinião, por que o ciclismo no Brasil não tem
a mesma importância e destaque que em países europeus?
Carlinhos Monteiro: Estamos no início de uma nova cultura
esportiva, fazer ciclismo no país do futebol não é nada fácil. Nos
últimos anos o ciclismo brasileiro tem evoluído muito e acredito
que num futuro bem próximo teremos um destaque maior, não como o
europeu, mas dentro de nossa realidade.
Bikemagazine: Quantos por cento do sucesso de um atleta vem da genética
e quantos por cento vem de treinamento adequado, dedicação, garra
e comprometimento?
Carlinhos Monteiro: Acredito que os dois caminham lado
a lado, pois não adianta ter uma genética para o ciclismo e não
ter o treinamento adequado e, principalmente, não ter dedicação
aos treinos, garra e estrutura para que isso seja desenvolvido.
Bikemagazine: Quais as metas principais que você estabeleceu para
sua equipe na temporada 2006?
Carlinhos Monteiro: Estamos montando uma estrutura para
participar do calendário nacional e América Tour. Vamos tentar terminar
2006 como líder do ranking nacional e poder participar do Ranking
das Américas por equipe e individual.
Bikemagazine: Na hora de você escolher um novo atleta para sua equipe,
além dos resultados dele, o que mais você leva em conta?
Carlinhos Monteiro: O resultado é muito importante. Mas
levo em conta o comportamento do atleta, caráter, família e a sua
vida passada como pessoa e atleta. O atleta tem que estar de bem
consigo mesmo para estar de bem com o grupo e poder render ao máximo.
Bikemagazine: Cite três qualidades que obrigatoriamente fazem parte
de um grande ciclista.
Carlinhos Monteiro: Genética, dedicação aos treinos e família.
Bikemagazine: Cite três jovens ciclistas (da Sub-23 ou mais jovem)
que você considera um futuro talento no esporte.
Carlinhos Monteiro: Magno Prado, Thiago Fiorilli e Breno
Sidoti.
Bikemagazine: Até que ponto uma boa bike (top de linha em todos
os apectos) é importante para a performance de um atleta?
Carlinhos Monteiro: Em todos os pontos, pois um grande
atleta tem que ter além de treinamentos, uma grande estrutura e
material de ponta, uma boa bike para poder render ao máximo.
Bikemagazine: Para você quem é o favorito a vencer a próxima edição
da Volta da França na era pós-Armstrong?
Carlinhos Monteiro: Ivan Basso e Jan Ullrich vão brigar
pelo título. |