Um quilômetro
separa Pedro Nicácio do título de campeão geral da
20ª edição do Tour de Santa Catarina. O segundo colocado
Renato Seabra precisa abrir esta distância em relação
a Nicácio na última prova da competição para
ficar com o campeonato.
Ontem, quando teve a chance de diminuir a diferença de um minuto
para o líder, Seabra acabou assistindo Nilceu Santos vencer a terceira
etapa consecutiva e a quarta no Tour. A grande decisão da disputa
ciclística está marcada para esta tarde e vai começar
às 15 horas. O ponto de largada para os 75 quilômetros até
São Francisco do Sul é a avenida Paulo Schroeder, no bairro
Petrópolis, em Joinville.
Como fez no percurso de ontem, a equipe Scott/Marcondes César/Fadenp/SJC
deve trabalhar para manter o líder Pedro Nicácio no pelotão
principal e evitar que Renato Seabra consiga um quilômetro de diferença
para Pedro. A vitória de Nilceu foi mais uma jogada da equipe.
Conservaram o ciclista até os últimos metros e aproveitaram
explosão do atleta para os metros finais do percurso de 120 quilômetros
entre Mafra e Joinville.
Com a quarta vitória em uma mesma edição do Tour,
Nilceu iguala um feito antes conseguido somente por Daniel Rogelin, na
edição de 2001 da competição. Porém,
hoje ele deve brigar para conseguir vencer o prêmio da meta volante.
"O trecho final do percurso até São Francisco é
muito perigoso. Tenho uma competição muito importante no
início de 2007 e qualquer lesão é um risco muito
grande que eu não preciso correr", explicou.
Apesar de toda a expectativa com relação ao resultado, como
bom mineiro, o líder Pedro Nicácio prefere manter cautela.
"Não tem nada ga-nho ainda. Comemoração somente
depois de passar a linha de chegada", observa o ciclista de 25 anos
da Scott, que poderá ganhar pela primeira vez uma Volta Ciclística.
O contra-relógio em Rio do Sul foi a única etapa vencida
por Pedro. O título po-derá ser a coroação
por um bom desempenho e regularidade durante a competição.
O diretor da Scott, José Carlos Monteiro, garante: "A equipe
estará empenhada para trabalhar por ele e fazer dele o campeão
do 20º Tour de Santa Catarina".
antonio.tomaz@an.com.br
Seabra acredita numa virada
A diferença
de 1min17s para Pedro Nicácio e o fato da última etapa ser
muito equilibrada, sem permitir uma grande distância entre os atletas,
parecem não tirar a esperança de Renato Seabra, da Blumenau/DataRo/Pinarello.
Na segunda posição na classificação geral
do 20º Tour, Seabra vai apostar todas as fichas na prova de hoje,
entre Joinville e São Francisco do Sul para tirar o título
de Nicácio.
"Tentamos ontem na descida da Serra Dona Francisca, mas não
deu. Tudo pode acontecer e até o último quilômetros
estamos vivos", observou o ciclista, lembrando da distância
que precisa cruzar na frente a linha de chegada.
A única virada na última etapa do Tour ocorreu em 1991,
quando Marcos Marazon liderava com dois minutos de diferença e
não conseguiu ver Wanderley Magalhães passar a linha de
chegada cinco minutos na frente. Com o resultado, Wanderley levou o título.
O diretor da Blumenau/ DataRo/Pinarello Claudius Kruger afirma não
ter nenhuma estratégia de equipe para tentar levar o campeonato.
"A Scott conseguiu neutralizar todos os nossos ataques durante a
competição, não será hoje que vamos conseguir
reverter à disputa", explicou.
Diretores de outras equipes têm a mesma opinião que Claudius.
Para Evandro Oliveira, da Extra Suzano Caloi, somente um desastre como
uma queda ou um problema mecânico podem tirar o título de
Pedro Nicácio. "A etapa é curta. Não dá
para fazer mais nada", observou Evandro. (AT)
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NO CLIMA
Antônio Tomaz
Maior público
Um dos maiores públicos na chegada e na largada de etapas do Tour
foi registrado em Mafra. A organização não contabilizou
o número, no entanto, era visível que a quantidade de pessoas
presentes nos dois dias em que o evento passou por lá superou a
de outros municípios.
Dança das bikes
Quem acompanha a prova na estrada pode ficar curioso para saber por que
os ciclistas trocam tanto de lado de pista, mesmo quando esta tem o mesmo
o estado de conservação nos dois lados. A explicação
para a dança das bikes é que os atletas procuram fugir do
vento.
Showman
Antes de algumas etapas, o ciclista catarinense Daniel Rogelin garante
a diversão do público. Ele faz diversas manobras com a bike,
entre elas, andar de ré. Rogelin é bicampeão do Tour
de Santa Catarina e disputa a competição defendendo a equipe
paulista Memorial Santos/Fupes/Giant/Vzan.
As ondas
Para quem gosta de belas cenas, uma delas poderá ser vista no trajeto
de hoje, entre Joinville e São Francisco do Sul. Quando o pelotão
de ciclistas passa por obstáculos como os trilhos de trem, acaba
fazendo uma manobra muito parecida com uma onda do mar.
Troca de equipe
Vencedor da etapa entre Bom Retiro e Rio do Sul e com outras três
presenças no pódio da 20ª edição do Tour,
Rogelin está sendo sondado por outras equipes. Ele pode não
defender a Memorial Santos/Fupes/Giant/Vzan em 2007. No entanto, o ciclista
catarinense não confirma a informação.
Carros-pipas
Alguns dos grandes favoritos no início da competição,
como Márcio May e Matias Médici, não conseguiram
grandes resultados. Mas trabalham dentro das equipes. Os dois ajudam a
reabastecer os outros atletas, buscando água, isotônico e
alimento. São os carros- pipas dos companheiros.